sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ella.




Morrendo.
Era assim que se sentia.
Morrendo aos poucos, de alguma doença dolorosa.
Mas era forte, muito mais forte do que imaginavam.
Ela se trancou no mais profundo de sua alma,
Entre as trevas e escuridão,
Entre a solidão e a dor,
Entre sua razão e coração.
Ela se trancou em sua própria alma.

Desligada.
Era assim que estava.
Desligada do mundo a sua volta, suas ações feitas no automático.
Mas mesmo assim ela se permitia rir, rir por nada.
Ninguém a entendia por isto.
Mas ela ria por fora por estar chorando por dentro.

E agora ela está ali parada olhando o sol se pôr.
Todos já foram para suas casas,
Mas ela permanece ali como sempre faz.
O vento gélido acariciou seu rosto levemente,
E ali, ela se deixou sentir.
Ela não chorou como chorava,
Nem riu, como costumava rir,
Ela não se moveu.
Uma singela lágrima escorreu por seu rosto gélido.
Parecia pouco, mas naquela lágrima estavam todas suas dores.

Empunhou o arco e preparou sua flecha,
Era como se não fosse ela,
Disparou a flecha e observou ela indo,
Aquilo era como se fosse sua redenção consigo mesma.
Deu as costas aquilo tudo.

Ela estava vazia.
Como sempre fora.
Como sempre seria.

(Ice Queen)